domingo, 5 de setembro de 2010

Hug the Theatre


O maestro John Neschling mencionou em seu blog "Semibreves" que em qualquer país sério um teatro com a magnitude do Municipal de São Paulo não chegaria a atual situação da instituição paulistana sem que a população manifestasse sua indignação. O Colón, o Palais Garnier, o Opéra Bastille, o Scalla, o Met seriam ABRAÇADOS, como se faz com uma árvore centenária ameaçada. Vamos transcender a discussão sobre a importância histórica do teatro, um tradicional edifício que sediava apresentações de Kabuki desde o século XIX acaba de ser derrubado em Tóquio, sem grande alarde da imprensa. Mas o Municipal, único em sua história e função, não pode ser comparado a um dos muitos teatros japoneses tradicionais. O nosso teatro não está sob ameaça de demolição, mas não funciona, não tem uma política definida, um diretor artístico engajado. O problema não é o Municipal mas o que ele representa, esse descaso, provavelmente corrupção também, e muita preguiça, muita burrice, com dinheiro do contribuinte e total descaso político. Quem frequenta o teatro sabe que ele já tem enfrentado problemas administrativos, sobretudo em função da política de indicação aos cargos. E a situação é agravada pela risível direção artística, a palidez das produções, a inércia de um templo que já recebeu toda a vanguarda artística do século 20 e a tradição musical dos séculos que a prepararam.

Abrace o Teatro Municipal

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